A análise detalhada dos dados de pagamentos entre empresas (B2B) revela uma preferência marcante por métodos tradicionais, onde o boleto bancário se consolida como o protagonista absoluto, tanto em valor financeiro quanto em volume de transações, mesmo com a crescente digitalização.
Em termos de valor financeiro, o boleto representa a maior fatia, respondendo por 70,39% em 2023. Embora haja uma ligeira queda na participação percentual ao longo dos anos, o método ainda deve fechar 2025 com 64,94% do total transacionado, demonstrando sua resiliência e a confiança do mercado corporativo. Em contrapartida, em volume de notas, o cenário é similar: o boleto concentra 73,23% das transações em 2023, caindo para 69,34% em 2025.
Essa supremacia indica que, na hora de efetuar contas a pagar, as empresas mantêm seus processos consolidados e automatizados, os quais, em muitos casos, estão fortemente integrados à emissão e ao pagamento de boletos.
O comportamento dos meios de pagamento de alto valor
Enquanto o boleto lidera em volume e valor total, a análise por valor médio de transação aponta para outros métodos como essenciais para operações mais robustas e de relacionamento consolidado.
Os dados mostram que depósito bancário e transferência bancária/carteira digital são os meios de pagamento de maior valor, superando, em média, R$ 25 mil por transação. Esse comportamento é típico de transações contratuais e recorrentes, realizadas entre empresas com parcerias de longa data. A alta média sugere a automação desses pagamentos, muitas vezes integrados via sistemas ERP-banco, o que facilita o fluxo financeiro de grandes montantes.
Em termos de participação percentual no valor financeiro, transferência bancária/carteira digital se mantém relevante (7,89% em 2023 e 10,77% em 2025), assim como o depósito bancário (7,87% em 2023 e 8,73% em 2025), ambos exibindo uma tendência de crescimento na participação do valor total transacionado.
Pix e a lenta penetração no B2B
O pagamento instantâneo (PIX) — nas modalidades Dinâmico e Estático — ainda se apresenta como um método coadjuvante no ecossistema B2B, apesar do seu sucesso estrondoso nas transações Pessoas Físicas (PF).
A baixa participação do Pix sugere que as transações B2B, diferentemente do varejo, priorizam a conciliação e a inclusão de informações adicionais (como multas, descontos, datas de vencimento, etc.) que são mais facilmente incorporadas em métodos como o boleto (inclusive o boleto híbrido com Pix) e as transferências formalizadas.
A resistência do dinheiro e a digitalização incompleta
A digitalização total das transações financeiras B2B ainda não é uma realidade. O pagamento em dinheiro segue com uma fatia relativamente alta (8%), consolidando-se como um meio de pagamento que, embora em declínio, ainda tem presença no ambiente corporativo.
Por fim, a somatória de transferências e depósitos, os métodos de alto valor médio, consolidam-se como uma força relevante. Juntos, representam aproximadamente 19,5% do volume de notas em 2025, atuando como o segundo principal grupo de meios de pagamento no volume de transações.
Fonte do Estudo: Panorama de Contas a Pagar 2026 (QIVE)
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